sexta-feira, 22 de junho de 2012

E foi por pouco

               
E eu comecei a sentir uma falta de ar e então fechei os meus olhos e tentei respirar, pensei que seria a morte naquele instante, ou seria algo ruim prestes a acontecer, algo inevitável...
E tudo que já passei começou a passar claramente em minha cabeça, os momentos bons e ruins...
E de repente surge o momento em que você se foi, e passam em minhas memórias como eu me senti, e sabe como foi?
Como se o mundo estivesse desabando encima de mim, como se tivessem arrancado os meus olhos e cortado as minhas mãos para que eu não impedisse que você fosse, e se eu tivesse chegado a tempo ou tivesse forças para impedir que partisse nada disso estaria acontecendo, e lá vem a dor a soma da minha culpa por ter deixado partir, de apenas ter ficado olhando de longe vendo você virar as costas sem se quer olhar pra trás...
Eu poderia ter te gritado ou ao menos dizer ADEUS até outro dia em qualquer lugar, ter lhe dado um abraço mais não, eu não fiz nada, apenas fiquei imobilizada, com lágrimas nos olhos, foi assim que me senti...
E lá vieram todas as lembranças e uma sensação como poderia ser a morte, sabe como foi?
Como se ela fosse fria e dolorosa, parecia ser, mas não era, ela poderia ser doce, calma, silenciosa, e é eu acho... 
Mas sabe qual a conclusão que tirei disso, é que a vida é uma coisa absurda e a coisa mais fácil é morrer, uma pedra atirada por alguém ou uma desabando de uma montanha, um mergulho de mau jeito, um caroço maligno em alguma parte do corpo, uma bala perdida, uma facada e a vida acaba, como é fácil né? E sabe o que mais? O mundo me parece algo absurdo, onde as pessoas caminham, riem um dos outros ou até de si mesmo, cantam, pulam, fazem planos sem saber se um dia vai vivê-los, pensando que a vida é algo bom mais esquecem que a morte é algo inevitável e que ela espera a todos, independentemente do que tenha todo mundo um dia vai pro mesmo lugar...
A vida não passa de uma novela que depois de um certo tempo acaba...
E de repente abro os meus olhos e lá vem um claro sobre eles, e tento lembrar o que vi o que senti quando estava com eles fechados e tentando respirar, mas nada me veio a cabeça e o que restou foi apenas um vazio dentro de mim, pontadas no peito e a mesma falta de ar, e nem as lembranças ficaram na minha memória, então sem solução comecei a chorar e tudo voltou em cada lágrima que escorria pelo meu rosto e pingava ao chão e voltaram todas as minhas lembranças...
Eu queria que todas as lembranças desaparecessem, mas depois chorei para que elas voltassem, e foi por pouco elas que elas se foram para nunca mais voltarem, e foi por pouco que eu quase fui embora também...
E foi por pouco, A MORTE NÃO TOMOU CONTA DE MIM...


                                              Autora: Amanda Aragão
                                                      Dark Angel

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